A relação entre Brasil e Portugal é antiga e os dois países têm um passado em comum. Estima-se que atualmente cerca de 5 milhões de brasileiros são descentes diretos de portugueses e que estão elegíveis para reconhecer a cidadania portuguesa. Este número corresponde à metade de toda a população do país lusitano.
Por diversos motivos, a comunidade brasileira que vive no país aumenta a cada ano. Em 2020, foi registrado o recorde de 183.993 residentes legais no país, representando uma alta de 21,6% em relação ao ano anterior, de acordo com o serviço de estrangeiros e fronteiras.
Um dos caminhos para ser residente de Portugal é entrar com processo de cidadania. Para ter direito, é preciso ser filho, neto ou bisneto de português ou ser casado com algum cidadão português e, considerando o passado em comum que Brasil e Portugal compartilham, não é difícil de encontrar brasileiros com familiares portugueses.
De acordo com Rafael Gianesini, CEO e cofundador do Cidadania4u, empresa especializada em reconhecimento de cidadania italiana e portuguesa, o brasileiro tem buscado alternativas fora do Brasil diante de um cenário econômico instável. O executivo listou quatro motivos para que os descendentes de portugueses façam as malas e voltem para a terra de suas famílias:
- Mesmo idioma: Claro que o português falado no Brasil e em Portugal não é exatamente o mesmo, mas aprender novas palavras e expressões é muito mais fácil do que aprender um idioma completamente desconhecido. A língua em comum faz com que muitos brasileiros se animem com a possibilidade de se mudar para a Europa e precisar lidar comum uma dificuldade a menos.
- Baixo custo de vida: Gianesini aponta que duas pessoas conseguem viver tranquilamente com menos de 2 mil euros por mês e por isso Portugal é um dos países com menor custo de vida em todo continente europeu.
- É um dos países mais seguros do mundo: Segundo o relatório de 2020 do Global Peace Index (GPI), Portugal foi classificado como o 3º país mais seguro do mundo e no continente europeu só perde para a Islândia. O Brasil, por sua vez, está na 126ª posição do ranking.
- Educação pública de qualidade: Ainda que não seja totalmente gratuita, já que os pais pagam os materiais e alimentação, o sistema de ensino português conta com uma peculiaridade: os valores pagos são proporcionais a renda da família.