Respirar é algo tão natural que, muitas vezes, as pessoas se esquecem que dá para “errar” e que é preciso desde cedo aprender a respirar direito para ter uma saúde plena. Muitos sabem que respirar pela boca, por exemplo, pode trazer uma série de consequências, como cansaço excessivo, distúrbios na face, infecções de repetição, mau hálito e até mesmo problemas de coluna. Mas o que poucos sabem é que a respiração bucal também prejudica muito a dentição. “Pacientes que respiram assim têm a tendência a desenvolver atresia dos arcos (estreitamento do céu da boca), mordida aberta ou cruzada e consequente desalinhamento dentário, por causa da falta de espaço”, explica a ortodontista do Hospital CEMA, Bruna Franchi.
Não é natural respirar pela boca. O caminho certo envolve sempre a passagem do ar pelas narinas, pois somente no interior do nariz é que o ar é corretamente filtrado e mantido nas condições adequadas para que o pulmão receba esse ar.
No caso dos dentes, é comum também que a respiração bucal cause alterações no PH da boca e o aparecimento de outros problemas. “A dificuldade de fazer a higienização, no caso de apinhamento dentário (quando os dentes já estão tortos) e a mudança no PH podem levar a problemas secundários, como cárie e tártaro”, esclarece a dentista.
Porém, uma dúvida muito comum entre as pessoas é: será que eu respiro pela boca? Nem sempre é fácil fazer esse diagnóstico, mas alguns sinais podem ajudar. “Existem algumas características de um respirador bucal, como lábios que não se fecham de forma passiva, o hábito de babar e roncar à noite, mastigar de boca aberta, ter alergias constantes, dificuldades respiratórias, sono agitado, déficit de atenção, língua presa ou projetada”, detalha a especialista. Segundo ela, quanto mais cedo (por volta dos 6 anos) esse problema for diagnosticado, melhor será o tratamento, que precisa ser interdisciplinar, envolver ortodontia e ortopedia funcional dos maxilares, otorrinolaringologia e fonoaudiologia.