Por que sentimos tanto a morte de alguém que não conhecemos?

Morre Elizabeth II, a rainha que uniu os britânicos em crises, guerras e dilemas da monarquia

*Por Fabiano de Abreu Agrela

Por que a morte da Rainha Elizabeth causa a impressão, em grande parte das pessoas, de que ela era alguém próximo, com quem se tinha contato e até uma relação de afeto? O Pós PhD em Neurociências, Fabiano de Abreu Agrela, explicou que os seres humanos formatam engramas que são memórias do que pensamos, vemos e sentimos de forma mais íntima, entenda:

“Quando uma pessoa é famosa, formamos esses dados, com base na repetição, consolidando e reforçando esses engramas de maneira mais convicta”, disse.

Ainda segundo Fabiano, quando a pessoa é famosa e admirável para si, essas marcas mentais são formatadas com a influência de bons sentimentos, o que está vinculada a uma boa lembrança.

Rainha Elizabeth II Crédito: Getty Images

“Quando ela morre, sentimos como se a conhecêssemos pessoalmente, pois reforçamos essas memórias sobre ela com influência positiva. E de certa forma a conhecemos, do jeito que a moldamos, às vezes sem defeitos, como algo intacto de quase perfeição”, finalizou.

Segundo o estudioso, quando vemos uma pessoa fisicamente, ela fica armazenada na memória com intensidade diferente de quem vemos apenas pelas telas. Mas, o reforço e o sentimento depositado, moldam a memória de maneira diferente, mas o impacto do luto pode ser similar a depender da importância que deu àquela pessoa.

“O que distingue é a racionalidade sobre ter contato físico ou não, mas o sentimento varia pelas circunstâncias sobre a pessoa e sobre a própria personalidade de quem sente, em relação ao quão emotiva é pelas próprias variáveis individuais”, finalizou.

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, é um Pós PhD em neurociências, mestre em psicologia, licenciado em biologia e história