Abril Marrom: alerta sobre saúde dos olhos e prevenção da cegueira

A cegueira evitável pode ser o estágio final de doenças silenciosas. Elas podem ser tratadas quando diagnosticadas precocemente. Os cuidados com a saúde ocular e o acompanhamento junto ao oftalmologista devem ser periódicos, inclusive durante a pandemia

A visão tem papel fundamental na qualidade de vida das pessoas. Apesar disso, em função da pandemia, muitas pessoas, por medo, deixaram de fazer o acompanhamento periódico junto ao oftalmologista e até mesmo interromperam tratamentos para doenças oculares, colocando em risco sua capacidade de enxergar. Segundo projeção da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que existam 76 milhões de pessoas cegas no mundo, e mais de 246 milhões de pessoas podem sofrer de perda moderada ou severa da visão.

Criada para alertar a população sobre doenças oculares que podem levar à cegueira, a campanha Abril Marrom, discute a importância do diagnóstico precoce, tratamento e reabilitação das doenças que afetam a visão. Referência mundial em soluções para a saúde ocular, a ZEISS reforça a campanha e faz alerta para a importância dos cuidados adequados com a visão, principalmente em tempos de pandemia.

“Temos os cuidados com a visão em nosso DNA e a conscientização da população sobre a importância de cuidar da saúde ocular faz parte da nossa missão. Nosso trabalho vai além de desenvolver os melhores equipamentos para diagnóstico e tratamento e as lentes mais saudáveis do mundo. Desenvolvemos uma série de protocolos, compartilhados com oftalmologistas parceiros, para ajudar nas medidas de desinfecção e higiene nos consultórios e equipamentos, além de práticas de distanciamento social durante a consulta. Queremos ainda ajudar as pessoas a compreender que é possível, e necessário, cuidar da saúde dos olhos de forma segura durante a pandemia”, ressalta Guilherme Haddad, diretor da divisão médica da ZEISS.

Estudo “O coronavírus e o impacto no Brasil”, realizado em julho de 2020 pela ‘Demanda Pesquisa e Desenvolvimento de Marketing’, diz que 4 a cada 10 pessoas deixaram de ir ao médico em casos de não urgência por medo de serem contaminadas pelo Coronavírus. Consequentemente, algumas doenças silenciosas podem ter começado a agir nesse momento ou, dependendo do caso, progredir.

Segundo Dr. Cristiano Caixeta Umbelino, vice-presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), professor e chefe do Setor de Glaucoma da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, doenças causadoras da cegueira costumam ser silenciosas e o diagnóstico precoce é fundamental. “Estima-se que 75% de toda a cegueira no mundo poderia ter sido evitada ou até mesmo curada, se sua causa original fosse diagnosticada e tratada precocemente, por isso, é essencial consultar um oftalmologista periodicamente, sobretudo durante a pandemia, quando muitas doenças são deixadas de lado por medo de contaminação pela Covid-19”, explica Caixeta.

Doenças que podem levar à cegueira
Catarata, retinopatia diabética, glaucoma e degeneração macular relacionada à idade são algumas das doenças que mais levam à cegueira.

Glaucoma
É uma doença ocular causada principalmente pela elevação da pressão intraocular, que provoca lesões no nervo ótico e, como consequência, comprometimento da visão. Na maioria dos casos, o paciente não percebe nenhuma mudança na visão na fase inicial da doença. Isso porque a perda gradual começa a partir da visão periférica, e só nas fases avançada comprometerá a visão central. “O modo como o glaucoma se desenvolve, de forma lenta e progressiva, é o grande vilão para o seu diagnóstico e tratamento”, comenta Dr. Caixeta”.

Segundo projeções da Agência Internacional de Prevenção à Cegueira (IAPB), existe, aproximadamente, 80 milhões de pessoas com glaucoma em todo o mundo. O tipo de glaucoma vai determinar o tratamento a ser adotado. Colírios indicados pelos oftalmologistas ajudam a reduzir a pressão intraocular, por exemplo. Tratamentos a laser ou cirúrgicos também podem ser considerados pelo oftalmologista.

“Estima-se que a doença esteja presente entre 2% e 3% da população brasileira acima dos 40 anos, equivalente a 1.5 milhão de pessoas”, aponta Dr. Caixeta. “É importante que todos se conscientizem sobre a necessidade do diagnóstico precoce e do correto acompanhamento do glaucoma, para que o número de pessoas que evoluem para a perda da visão diminua”, esclarece.

Em 1º de abril de 2021, um reforço no diagnóstico passou a ser acessível a uma camada maior da população. A ANS incluiu a Tomografia de Coerência Óptica (OCT) entre os itens cobertos pelos planos de saúde, ampliando a cobertura para pacientes com glaucoma. É um exame não-invasivo que captura imagens do fundo de olho que ajudam a identificar doenças causadoras da cegueira evitável, como glaucoma e retinopatia diabética, por exemplo. Para contribuir com uma melhor resolução para os exames de OCT, a ZEISS desenvolveu o CIRRUS 6000®, equipamento de última geração que captura imagem em alta velocidade com detalhes em HD, permitindo uma análise precisa, processamento mais rápido e tomada de decisão baseada em uma variedade de condições clínicas e tipos de pacientes. Para os portadores de glaucoma, por exemplo, é possível fazer uma análise de progressão guiada para controle da doença.

Catarata
Ocorre devido ao envelhecimento do cristalino, uma lente natural do olho, que costuma opacificar gradativamente a partir dos 40 anos de idade. A manifestação dos sintomas da doença pode variar conforme seu estágio. Os mais frequentes são a redução da percepção de cores e contrastes, dificuldade de enxergar ao cair da noite ou em ambientes pouco iluminados, maior sensação de ofuscamento e redução da capacidade de adaptação à luz e à escuridão. Pessoas com catarata apresentam sérias restrições da visão, especialmente, de perto (ao ler, por exemplo) e de longe (ao ver TV). Tanto a catarata quanto os erros de refração não corrigidos são as principais causas de deficiência visual reversível. Elas representam 75% de toda deficiência visual e são mais frequentes entre os mais velhos, segundo a Agência Internacional para Prevenção à Cegueira.

Dr. Cristiano Caixeta lembra que fatores externos também contribuem para o desenvolvimento da doença. “A exposição excessiva aos raios solares pode atuar favorecendo o desenvolvimento da catarata. O uso de óculos de sol com proteção UVA e UVB, ao se expor ao sol, ajuda na proteção do dano causado pelos raios ultravioletas. Portadores de diabetes, principalmente os que não conseguem manter o nível de glicemia controlado, possuem um maior risco de desenvolver a catarata. Existem estudos que mostram que uma dieta equilibrada, rica em nutrientes e vitaminas, favorece a redução no risco de desenvolver a doença”, complementa.

O tratamento é exclusivamente cirúrgico, no qual é feita a remoção da catarata, seguida pelo implante de lentes intraoculares (LIOs), que não só possibilitam ao paciente voltar a enxergar, como ainda melhoram a visão e aumentam a segurança na locomoção.

A ZEISS possui uma família completa de LIOs para o tratamento de catarata, além de diversos equipamentos de diagnósticos e cirúrgicos para correção do problema.

Degeneração macular relacionada a idade (DMRI)
A visão embaçada e a perda de campo visual central são dois dos principais sintomas da degeneração macular relacionada à idade. É considerada a causa mais comum de cegueira central em idosos nos países industrializados. Ela se manifesta como um embaçamento gradual e perda de visão. Há dois tipos de DMRI: a seca e a úmida. A degeneração macular seca normalmente se evidencia pela diminuição da nitidez no campo visual central. Durante a leitura, as letras dos cantos da página parecem nítidas, mas as do centro têm aparência ligeiramente turva. Pessoas com degeneração macular podem muitas vezes ter dificuldade de reconhecer rostos. Na medida em que a degeneração macular progride, a visão piora gradualmente, até o comprometimento considerável do campo visual central ou sua redução total.

A Degeneração Macular úmida é consequência da degeneração macular seca. Embora mais rara, ela progride muito mais rápido. Começa com limitações drásticas na visão de longe e de perto, e acaba por causar uma perda irreversível da visão. Um sintoma típico é a visão restrita de linhas retas (como as ranhuras em um quadro), que parecem inclinadas. A prevenção se faz com o uso de vitaminas e antioxidantes, óculos com lentes com proteção contra raios UV, como as da ZEISS, por exemplo, dietas balanceadas e não fumar.

O oftalmologista é capaz de identificar os sinais que podem preceder o surgimento da doença através de exames de rotina, instituindo uma forma de tratamento adequado para evitar que as lesões avancem, garantindo uma boa qualidade de vida visual ao paciente.

Embora não exista cura, o tratamento muitas vezes desacelera a progressão da doença, podendo até interrompê-la. A degeneração macular pode ser tratada através de procedimento ambulatorial, que deve ser realizado em intervalos regulares ao longo dos anos. Como a DMRI é uma doença associada à idade, é importante fazer check-ups regulares da retina após os 55 anos ou a partir dos 40, caso existam casos na família.

Retinopatia Diabética
É uma complicação decorrente do diabetes e compromete os vasos sanguíneos dentro da retina com o excesso de glicose contido no sangue. É também uma doença silenciosa, pode surgir sem que a pessoa note diferença na visão. É a principal causa de cegueira em pessoas com idades entre 20 e 74 anos nos EUA. Caso não seja identificada e tratada, pode levar a cegueira. No mundo, 50% dos portadores de diabetes desenvolverão algum tipo de retinopatia ao longo da vida. Segundo a IAPB, estima-se que em 2030, 191 milhões de pessoas no mundo terão retinopatia, entre eles, mais de dois milhões terão a visão comprometida pela doença.

Um dos tratamentos possíveis é a base de laser, que pode destruir os vasos sanguíneos anormais e as áreas com isquemia. A ZEISS possui a solução de laser de fotocoagulação, ZEISS Visulas Green®, que contribui para o tratamento das doenças vasculares na retina, além de DMRI e glaucoma. O equipamento possibilita a visualização dos parâmetros do tratamento diretamente na ocular. Ele otimiza o tempo de terapia de maneira prática, segura e eficiente. Recomenda-se que portadores de diabetes controlem os níveis de açúcar no sangue com a ajuda de um médico e consulte sempre seu oftalmologista para checar as condições da visão.

Independentemente da existência de sintomas ou doenças já diagnosticadas, é essencial consultar o oftalmologista regularmente, ao menos uma vez ao ano, mesmo durante a pandemia. Manter a saúde em dia também ajuda na prevenção de infecções e é fundamentar para garantir a qualidade de vida.