De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 30% da população brasileira possui algum tipo de alergia. Para aqueles que apresentam sintomas alérgicos, o Verão costuma ser um período delicado, gerando crises, desconfortos e até mesmo atrapalhando um momento que remete ao lazer e às férias.
Segundo a otorrinolaringologista Cristiane Passos Dias Levy, do Hospital Paulista, os processos alérgicos também podem ocorrer em outras épocas, mas são comuns durante o verão por conta de características da estação.
“Apesar das alergias respiratórias estarem associadas a outras estações do ano, devemos lembrar que é no Verão que temos exposição a mudanças bruscas de temperatura, ao ar seco do ar condicionado e a ambientes com muitos ácaros, que ficaram fechados por longos períodos de tempo, como casas de veraneio” explica a médica.
Atualmente, ainda que o isolamento imposto pela Covid-19 dificulte o acesso das pessoas a locais como praias e piscinas, o período não deixa de representar um cenário propício para ocorrência de alergias respiratórias. De acordo com Cristiane, quem sofre com os sintomas deste tipo de doença costuma apresentar alguns sinais claros durante o ano. Assim, é necessário ficar atento para antecipar os efeitos que serão naturalmente mais agressivos durante o verão.
“O que pode desencadear a rinite alérgica é um alérgeno, ou seja, uma substância à qual o paciente foi previamente sensibilizado. A pessoa acometida pela rinite alérgica costuma apresentar sintomas como coriza, obstrução nasal, espirros, prurido nasal (coceira) e diminuição do olfato”, afirma.
O importante, portanto, é não buscar ajuda somente quando os sintomas estão mais evidentes, ou seja, no Verão. Ao longo do ano, o paciente pode recorrer a um médico otorrinolaringologista para que um diagnóstico completo seja feito, de modo a identificar as causas reais da alergia.
“Para o diagnóstico correto e completo, é importante que o médico pesquise o histórico clínico do paciente, bem como seu histórico familiar. Assim, ele poderá suspeitar e identificar a causa da alergia, ou seja, o que desencadeia todo esse processo. Desse modo, o médico irá orientar o paciente para que proceda ao controle do ambiente em que convive, realizando também um tratamento voltado aos sintomas. Se necessário, irá indicar a imunoterapia, ou seja, a vacina utilizada para aumentar a resistência do paciente às substâncias que causam a alergia”, explica Cristiane.
Para aqueles que não buscaram auxílio médico ao longo do ano, o que pode ser feito para amenizar os sintomas até que um médico seja consultado? A otorrinolaringologista deu algumas dicas:
Tome bastante água;
Faça lavagens nasais com soro fisiológico para hidratar as mucosas;
Limpe bem a casa ou o ambiente que irá utilizar;
Opte por aspirar e passar pano úmido em vez de varrer os locais;
Use capas anti-ácaros em colchões e travesseiros;
Evite objetos que acumulam pó nos quartos, como cortinas, tapetes, carpetes e bichos de pelúcia;
Limpe com frequência os filtros de ar condicionado;
Evite, quando possível, mudanças bruscas de temperatura;
Busque auxílio médico assim que possível, e não abandone o tratamento após o Verão.