A pergunta é sempre a mesma, só muda o destino: “Quanto custa viajar para tal lugar?” ou “Quanto dinheiro eu levo na minha viagem?”.

É inevitável, o item custos sempre entra no planejamento da viagem e é muito difícil responder a questão corretamente.

São vários fatores. Alguns gastos são muito pessoais, muitos lugares tem preços diferentes na alta e na baixa temporada, a alimentação pesa na conta, os preços podem subir com o tempo (sempre sobem!)…

Mesmo assim, queremos saber quanto custa viajar. Eu mesmo sou daqueles que sempre que um amigo volta de viagem vou logo perguntando quanto ele gastou. Curiosidade boba, mas que serve para saber se aquele destino cabe no meu bolso.
O destino: cinco dias na Serra Gaúcha, conhecendo as cidades de Gramado, Canela e Nova Petrópolis

IMPORTANTE: Valores referentes a Maio de 2014.

Alimentação e bebidas (almoço e janta por cinco dias, vinhos, cervejas, sequência de fondues, buffet de sopas, chocolates e petiscos) – R$ 694,00
Hotel (Pousada Gramado, quatro diárias) – R$ 660,00
Transporte (aluguel de carro básico, pedágios e gasolina) – R$ 562,00
Passagens aéreas (ida e volta do aeroporto de Guarulhos para o aeroporto de Porto Alegre) – R$ 520,00
Lembranças (imã de geladeira, enfeite de mesa, vinhos, chocolates, salames e queijos) – R$ 253,00
Passeios (Reino do Chocolate, Parque Mini Mundo, Parque do Caracol, Parque da Ferradura, Pedalinhos no Lago Negro, Aldeia do Imigrante e visita a Cervejaria Farol) – R$ 226,00

Total gasto na viagem: R$ 2.915,00

Algumas considerações:

Comer e beber

O maior gasto da viagem é o mais pessoal. Você pode passar todos os dias comendo lanches ou banquetes. A escolha é sua.

Veja só, eu não frequento os restaurantes mais caros, mas também não passo vontade. Geralmente prefiro os restaurantes simples, mas alguns dias vou à lugares mais bacanas. Tento no final provar um pouco de tudo.

A dica para economizar em Gramado é: prefira ir a restaurantes nas cidades vizinhas. Tudo em Canela e Nova Petrópolis custa menos. E essas cidades estão ali do lado, em menos de vinte minutos você chega. Como nem sempre isso é possível, procure os restaurantes mais afastados das vias principais, eles tendem a ser mais baratos e são tão bons quanto os locais badalados.

E a bebida pesa na conta. Eu consumo muitas bebidas alcoólicas, especialmente cerveja e vinho. Mas nesta viagem foi quase impossível tomar um vinho ou cerveja em um restaurante, os preços são o triplo do normal! E isso independente de onde está o restaurante. Por isso, fica a segunda dica: o supermercado é o seu melhor amigo. Use e abuse dele para comprar bebidas e lanches rápidos, com certeza você fará uma bela economia.

Hotel

O segundo maior gasto da viagem, reflexo de uma cidade com preços inflacionados. Se hospedar em Canela é uma boa opção para economizar, pois os hotéis por lá custam muito menos, porém você perde um pouco do “clima gramadense”.

Se você (assim como eu) quer ficar hospedado na cidade de Gramado, pesquise bastante, tente reservar com antecedência e seja coerente com sua escolha. Ficar em um hotel cinco estrelas e pisar nele só pra dormir pode ser uma furada. Quanto mais serviços e mordomias um hotel tem, mais caro ele é. Simples assim. E muitas vezes só queremos um bom lugar para dormir.

Escolha seu hotel pela localização, preço, comentários de hóspedes anteriores e seja sincero consigo mesmo em como você irá utilizar a sua estadia.

Transporte

Infelizmente, Gramado e Canela são cidades com transporte público ineficiente, por isso alugar um carro se faz necessário. As atrações são distantes umas das outras e os táxis são caros e escassos.

Tente reservar com antecedência para economizar. O preço vai variar muito do modelo de automóvel e do tipo de seguro feito.

Eu retirei o carro diretamente no Aeroporto de Porto Alegre e segui viagem até Gramado pela Rota Romântica. As estradas de modo geral são boas e você gastará pouca gasolina. Eu só precisei de um tanque para ir e voltar de Porto Alegre e rodar durante os cinco dias pelas cidades. Há alguns pedágios, mas a maioria custa pouco.

Quem não pode (ou não quer) alugar um carro, vai sofrer e gastar quase o mesmo! Existe uma linha intermunicipal que liga Porto Alegre à Gramado, a passagem custa cerca de R$ 30,00 por pessoa (mais R$ 30,00 a volta!). Para se locomover na cidade, um serviço de ônibus turístico chamado “jardineiras” percorre os principais pontos e atrações das cidades de Gramado e Canela. O preço do bilhete destes ônibus turísticos é bem variado, mas fica em torno de R$ 20,00 o dia. E o grande problema é que você fica preso aos horários dos ônibus, perdendo muito tempo.

Ou seja, definitivamente o melhor é alugar um carro!

Passagens aéreas

Se quer economizar, é fundamental pesquisar muito, aproveitar as promoções e a baixa temporada. E esqueça preços bacanas em feriados.

O Aeroporto de Caxias do Sul está bem mais perto de Gramado (cerca de 70 km), mas as melhores promoções geralmente são para o Aeroporto de Porto Alegre (cerca de 110 km da cidade). Por isso pesquise passagens para os dois aeroportos antes de comprar.

Lembranças

Reparou o que eu trouxe de Gramado? Salames, queijos, chocolate, vinho, um enfeite de mesa (que custou R$ 50,00, mas é lindo, fiquei apaixonado por ele!) e um imã de geladeira! É tentador entrar nas lojinhas de artesanato e querer levar aquela escultura bacana ou aquele quadro lindo. Mas pare, respire fundo e reflita: você realmente precisa deste objeto?

Lembranças podem ser traiçoeiras com nosso bolso e quando percebemos, gastamos muito com coisas que não temos nem onde colocar. Mesmo levando o enfeite de mesa, eu só o comprei depois de três dias pensando muito bem se deveria levá-lo!

Pessoalmente, prefiro tirar várias fotos, comprar um singelo imã de recordação e trazer comes e bebes que não encontro na minha cidade. É muito bom receber a família e os amigos servindo aquele doce de leite argentino, o vinho italiano ou o salame colonial. Itens que você mesmo trouxe na mala e que, enquanto durarem, farão você sentir o gostinho da viagem, literalmente!

Passeios

Você não vai viajar 1000 quilômetros para ficar andando a esmo. Ok, passear por ruas desconhecidas, meio perdido, desbravando o novo, é uma delícia. Mas defina alguns lugares legais para visitar. É aquele parque bacana, um museu histórico ou aquela praia isolada que todo mundo comenta.

Fazer um roteiro do que se quer ver é extremamente importante em lugares com muitas atrações, como é a Serra Gaúcha. Você não precisa fazer tudo que as cidades oferecem, mas é bom definir aquilo que você considera imperdível.

E vá visitar tudo que você colocou no papel! Mesmo que o ingresso custe caro ou que você perca o dia todo no passeio, deixar de visitar certos pontos é pedir para se arrepender quando voltar para casa.

Fazer um intercâmbio é uma experiência inesquecível, mas que gera uma ansiedade natural e um receio de não se adaptar. Para evitar qualquer frustração, a gerente de produtos da CI, maior empresa de intercâmbio e turismo jovem do país, Luiza Vianna, dá algumas dicas para quem vai viajar para o exterior:

1) Quanto maior a antecedência, melhor! Quem começa a programar a viagem 6 meses a 1 ano antes consegue tarifas aéreas mais baratas, condições especiais para pagamento do programa e tempo suficiente para aplicar para o visto com antecedência, quando necessário;

2) Pesquise o máximo possível sobre o país e cidade que pretende ir. Conhecer o clima, a temperatura média no período do ano que você estará lá e um pouco da cultura é fundamental para não se decepcionar quando chegar no lugar;

3) Defina qual acomodação combina mais com o seu estilo. Homestay ou residência estudantil. Em casa de família, o intercambista pode vivenciar mais a cultura e os hábitos do país. Na residência estudantil, vai estar mais próximo da escola, na maioria das vezes, e em contato direto com outros estudantes;

4) Evite conviver com tantos brasileiros no exterior. Para aprimorar o idioma e fazer uma imersão cultural, é melhor estar em contato com pessoas que falam o idioma que o estudante está empenhado em aprender. “Só praticando o máximo possível que a pessoa vai alcançar a fluência em outra língua”, alerta Luiza;

5) O lugar ideal para fazer intercâmbio é aquele que mais combina com o seu perfil. Se o local é frio ou quente; se prefere uma cidade pequena ou grande. São algumas questões que devem ser respondidas antes de definir a cidade para onde vai. “O ideal é escolher uma cidade que tenha haver com o seu estilo de vida, hobbies e preferências”, sugere;

6) O choque cultural é um dos principais desafios de quem faz intercâmbio. Horas de viagem para chegar em um lugar diferente e sem pessoas conhecidas, geram uma sensação de medo e ansiedade. “Esses sentimentos são normais, cada pessoa tem o próprio período de adaptação. O que importa é lembrar que é apenas uma fase e que logo o mais difícil será voltar para casa”, explica Luiza;

7) O dia a dia de um intercambista é cheio de novidades. No período em que estuda, o intercambista conhece pessoas de várias partes do mundo e participa de atividades que promovem a interação social. No tempo livre, pode explorar a cidade, os pontos turísticos e estreitar as relações com os alunos da escola. “Essa convivência será o início de grandes amizades”, afirma a gerente;

8) Maturidade. “O intercambista precisa avaliar se já tem maturidade para se virar sozinho em um país estranho. Quando o adolescente viaja nos grupos oficiais da CI, por exemplo, o monitor fica com o grupo do início ao fim da viagem, além de uma Central de Atendimento que funciona sete dias por semanas para prestar qualquer auxílio”, ressalta;

9) O programa certo de intercâmbio é aquele que mais tem a ver com você. Um semestre de High School, um curso para ficar fluente no idioma da sua preferência, um trabalho voluntário em projetos sociais e ambientais são algumas das opções.

10) O pré-requisito para estudar fora é estar aberto para novas experiências, descobrir o mundo e se autodescobrir. “Quando viajar, desligue a sua cabeça do que ficou no Brasil. Conheça novas pessoas, construa outras amizades e aprenda o que há de melhor em outra cultura para que retorne com novos valores”, defende Luiza.