Depois de treinar as bases de Las Palmas e Deportivo Alavés, e obter sucesso no Independiente del Valle, Ramírez se tornou o terceiro espanhol a comandar um clube brasileiro
Nascido em Las Palmas, município espanhol localizado na ilha de Gran Canária, Miguel Ángel Ramírez iniciou sua carreira como técnico ainda no início dos anos 2000, com apenas 20 anos de idade. Depois de trabalhar nas categorias inferiores de dois clubes da LaLiga, o Las Palmas e o Deportivo Alavés, ainda passou pelo Aspire Academy, do Catar, antes de ingressar no clube onde faria história: o Independiente del Valle, do Equador.
Fã de Fernando Redondo, meia argentino que marcou época no Real Madrid, Miguel Ángel Ramírez tinha apenas 19 anos quando recebeu o primeiro convite para treinar um time sub-14 de sua cidade – bem quando estava iniciando seus estudos em educação física. Foi quando uniu as duas coisas que mais gostava: a vocação por educar e a paixão pelo futebol. E enquanto terminava a faculdade, treinava as categorias de base do UD Las Palmas, por onde passou oito temporadas, até 2012.
Foi então que se mudou para o País Basco, em Vitoria-Gasteiz, para estudar um doutorado em Ciências da Atividade Física. Por lá, ainda treinou o time juvenil do Deportivo Alavés e, depois de três meses, foi para a Aspire Academy, do Catar. Lá teve contato com dois espanhóis, Roberto Olabe – atual diretor da Real Sociedad -, e Félix Sánchez – ex-técnico das categorias de base do Barça (1996-2006) e atual técnico da seleção nacional do Catar, vencedor da Copa da Ásia em 2019 -, o que certamente influenciou seu estilo de trabalho.
Após este período, Ramírez passou a conhecer mais o jogo em si, com métodos diferenciados de treinamento e na forma de liderar a equipe. E depois de seis anos muito importantes para sua carreira, optou por enfrentar novos desafios na América do Sul – mais especificamente, no Equador. Adepto ao jogo de posição, Ramírez chegou ao Independiente del Valle com a missão de comandar as categorias de base, tentando levar o seu conhecimento e experiência ao país sul-americano.
No entanto, a saída do também espanhol Ismael Rescalvo acabou acelerando as coisas e – com menos de uma temporada – foi promovido ao time principal, onde com menos de um ano no cargo, levou os Negriazules ao inédito título da Copa Sul-Americana de 2019, e posteriormente ao vice da Recopa de 2020, perdendo para o Flamengo. Com a filosofia de que o atleta precisa pensar mais, não apenas quando está com a bola, sempre atento ao espaço no campo e ao posicionamento dos companheiros de clube e também dos adversários, Ramírez pode chegar a qualquer momento no Brasil – tendo em vista o anúncio de sua negociação pelo Internacional.
Com isso, ele se torna o terceiro espanhol a comandar um clube brasileiro. Antes dele, seu quase xará Miguel Ángel Portugal (foto) treinou o Athletico Paranaense em 2014, mas sem muito sucesso, pedindo demissão do cargo após somente 13 partidas – com cinco vitórias, dois empates e seis derrotas. O segundo foi Domènec Torrent, com breve passagem pelo Flamengo. Não é só Futebol. É LaLiga. #HayQueVivirla