Todos os anos, consultorias especializadas em previsão de tendências analisam o comportamento de consumo e o cenário sociocultural para definir as cores que irão marcar a moda nas próximas temporadas. A WGSN, em parceria com a Coloro, é uma das principais referências nesse processo e já apontou as tonalidades que estarão em evidência na primavera verão de 2026.
A definição da paleta acontece em um momento descrito pela WGSN como o “ano do redirecionamento”, período em que antigas estruturas serão questionadas diante da urgência de mudanças em setores como meio ambiente, consumo e comportamento coletivo.
Nas passarelas e vitrines, esse movimento é traduzido por cores que transitam entre os tons vibrantes, terrosos e incomuns, assim como variações calmantes, conforme a pesquisa. A influência pode atingir desde roupas casuais até peças mais sofisticadas, passando pelos acessórios e pela moda praia. Dessa forma, seja em um maiô elegante ou uma jaqueta jeans para os dias menos quentes, o levantamento destaca as cinco principais cores que irão dominar a temporada.
Transformative teal (azul-petróleo transformador)
Eleita a cor do ano de 2026 pela WGSN em parceria com a Coloro, o transformative teal, traduzido como azul-petróleo transformador, reflete a preocupação dos consumidores com a responsabilidade ecológica. A tonalidade, que resulta da fusão entre azul e verde, simboliza a diversidade da natureza e a mentalidade voltada para o planeta em meio às mudanças climáticas.
O tom azul-esverdeado foi descrito pela consultoria como calmante, refrescante e restaurador, além de ter um caráter regenerativo e evocar o “efeito de visão geral” a experiência de ver a Terra a partir do espaço, conceito criado pelo filósofo espacial Frank White.
Blue aura (aura azul)
O blue aura é outro tom de azul que deve marcar a temporada, uma versão pastel acinzentada. Reconfortante e moderna, a cor remete ao jogo de luz e sombra, com um caráter terapêutico que pode ser explorado em diferentes camadas.
Segundo a pesquisa, a cor é definida por uma qualidade vaporosa e lustrosa e se conecta ao design biodegradável, além de resíduos industriais ou gesso tingido. Por seu caráter fluido e atemporal, o blue aura pode ser aplicado em texturas variadas, como veludos, metálicos, anodizados, envernizados e materiais com brilho.
Electric fuchsia (fúcsia elétrica)
Entre as cores mais vibrantes da paleta de cores para a temporada está o electric fuchsia, um neon vívido que mistura rosa e roxo em uma proposta de qualidade cinética e digital. A tonalidade carrega uma essência ligada a atitudes progressistas e à chamada “resistência rebelde”, expressando um senso de escapismo e inconformismo diante das disparidades sociais.
“Com a IA desafiando as percepções do que é real, o electric fuchsia é um tom neon psicodélico que confere um aspecto multissensorial ao nosso futuro virtual”, destaca a WGSN.
A cor pode aparecer em diferentes peças que apostam na intensidade cromática para criar um efeito estimulante, como vestidos de festa, acessórios e um biquíni para o verão, por exemplo.
Amber haze (névoa âmbar)
Outra cor que promete fazer sucesso na primavera–verão de 2026 é o amber haze, destacado pela consultoria como um amarelo-esverdeado marcado pela intensidade, energia e, ao mesmo tempo, sensação de aconchego. A tonalidade carrega um apelo que remete a pedras e cristais, evocando o conhecimento ancestral como contraponto às incertezas da vida moderna.
O amarelo combina influências históricas e futuristas, inspirado em ciclos de vida mais longos e em práticas sustentáveis de criação de cores, utilizadas por marcas e designers que exploram pigmentos naturais e processos ancestrais.
Segundo a consultoria, a cor tem uma “qualidade levemente estranha e fascinante que deve chamar a atenção em um mundo de telas e estilos de vidas digitais, encorajando as pessoas a desacelerarem e prestarem atenção nos recursos regenerativos”.
Jelly mint (gelatina de menta)
O jelly mint é a quinta cor revelada pelo levantamento, uma tonalidade verde-menta. Ela dialoga com a estética kawaii (fofa) e reforça a tendência da “cartoonificação” do design que, antes considerada infantil, hoje vem se tornando uma das maiores forças na cultura contemporânea.
A cor é considerada divertida e nostálgica e se conecta a uma proposta de “microalegrias”, na qual pequenos momentos de prazer conseguem reorganizar o pensamento, reduzir a ansiedade e estimular o bem-estar mental.
“Explore essa cor sobrenatural e digital em biopolímeros, acabamentos iridescentes e vidros”, aconselha a consultoria.
