Fotógrafo em MS, Alexis Prappas expõe na mostra “Pantanal e a Physis Olhar o presente para ver o futuro” ao lado de Sebastião Salgado
Pantanal
“O mundo precisa ver o Pantanal ao vivo. A fotografia ajuda a instigar”. A frase de
Alexis Prappas resume o Pantanal que ele apresenta na exposição “Pantanal e a Physis –
Olhar o presente para ver o futuro”, na Galeria Roberto Camasmie, em São Paulo.
Sob a curadoria do diretor geral do Museu Belas Artes de São Paulo, Roberto Bertani,
Alexis Prappas leva para a capital paulista imagens de momentos bem distintos do
Pantanal: a severa queimada de 2020 e o poder de perseverar da terra através da lida do
homem pantaneiro e da natureza ressurgida em exuberância.
Público
Aberta ao público desde quinta-feira, 25 de novembro, vai até o dia 20 de janeiro de 2022, a exposição, que também reúne obras de Sebastião Salgado, Victor Chahin e Bia Dória,
alerta para a necessidade de voltar os olhos para proteger o bioma e o homem pantaneiro.
Fotografia
“A fotografia tem um peso muito forte para influenciar as pessoas e conscientizar. Ela tem essa característica de mostrar, por exemplo no Pantanal, a vida do homem pantaneiro e a situação difícil das secas e das queimadas. É uma mensagem que ajuda a despertar o interesse em entender um pouco melhor o que é o Pantanal e aliado a este trabalho, levar o nome de instituições que têm a missão de proteger a fauna, a flora e as reservas”, descreve Alexis Prappas. Parte da comercialização das obras de Alexis Prappas será destinada ao IHP (Instituto do Homem Pantaneiro) para que os trabalhos de proteção ao Pantanal continuem.
Incêndios
A fotografia de natureza sempre esteve presente na carreira de Alexis Prappas, e nos
últimos cinco anos, de forma mais assídua. Por iniciativa própria, Alexis Prappas e
Giulliano Gondin percorreram a região da Serra do Amolar, a mais afetada pelos
incêndios de 2020, documentando a batalha contra as queimadas que resultou no
documentário “AMOLAR”.
Testemunha do fogo
Esse trabalho recebeu total suporte do Instituto do Homem Pantaneiro, à época dos acontecimentos, por meio de seu presidente Coronel Ângelo Rabelo. “Testemunhar o Pantanal de 2020 foi assim, chocante. Literalmente você vê como a gente fica à mercê quando um incêndio daquelas proporções atinge uma região que está totalmente seca”, explica Prappas. Ali o fotógrafo presenciou brigadistas, voluntários e bombeiros trabalhando dia e noite na tentativa de proteger as casas ribeirinhas e a natureza. “Foi bem difícil de conter. Na verdade, você não contem o fogo, você consegue proteger pequenas áreas, mas quando o vento vem, ninguém segura…”, narra.
Amplitude
Em julho deste ano Alexis Prappas retornou ao Pantanal para mostrar a área queimada
em recuperação, com a vida retornando à vegetação. “São duas obras focadas na época
da queimada e da seca, mostrando o Pantanal naquela situação, outras duas que revelam
a comitiva pantaneira, e mais uma obra sobre a beleza imponente da Serra do Amolar e
do Pantanal visto de cima”, explica Alexis.
Documentário
Das 5 obras selecionadas para a mostra, a belíssima panorâmica aérea foi produzida em co-autoria com o filmmaker Giulliano Gondin. Para o fotógrafo, registrar este trabalho é documentar o presente, olhando para o futuro, justamente como diz a exposição. “A fotografia é fundamental para que o fogo no Pantanal não seja esquecido. Capturar essa linha do tempo serve também pra que a gente não se esqueça que a resiliência da natureza tem muito mais poder que a do homem. Preservar o meio ambiente e sua cultura hoje significa preservar a nós mesmos amanhã.”, resume Alexis Prappas.
Enfatizo que ver ao vivo as impressões grandes são uma experiência única! Você tem acesso a todas as nuances e detalhes que não da pra ver pela tela.