No Dia mundial de conscientização sobre a doença do Alzheimer, é preciso entender um pouco mais sobre os efeitos desta enfermidade que afeta a vida de 35,6 milhões de pessoas em todo o planeta, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Destes, 1,2 milhões estão no Brasil.
Porém, a sociedade de maneira geral ainda não conhece a dimensão da gravidade dessa doença nem as suas particularidades.
Nesse sentido, o PhD, neurocientista, psicanalista e biólogo Fabiano de Abreu Rodrigues tem desenvolvido uma série de pesquisas sobre o assunto com uma nova perspectiva: “Meus principais estudos são sobre a inteligência, pois ela define o comportamento e uma melhor qualidade de vida. Mas quando falamos dela na ciência, não podemos deixar de analisar a demência onde os sintomas causam declínio progressivo na capacidade intelectual, raciocínio, competências, memória, entre outros. Cerca de 50% a 70% dos casos desse são da doença de Alzheimer e esses dados me chamaram a atenção para me aprofundar na enfermidade em busca de melhores prevenções”.
Fabiano lembra que há genótipos e fenótipos para a doença, além de fatores como os hábitos de uma pessoa podem ser determinantes para o seu desenvolvimento. “Eu sou a favor de que as pessoas possam ter melhores possibilidades de testes genéticos para saber a probabilidade de ter a doença e poder preveni-la desde cedo. Os hábitos desta cultura tecnológica e o tipo de nutrição que estamos adaptados atualmente são cruciais para aumentarem as chances de apresentar a doença”, reforça.
Por outro lado, Abreu observa que ainda não há cura para esta doença, mesmo sabendo o comportamento dos neurônios e as regiões cerebrais afetadas. “Um dos comportamentos para evitar a doença é a neuroplasticidade cerebral. Menos rede social e mais leitura de livros, exercícios de lógica, assim como hábitos diferentes da rotina em que seu cérebro já está adaptado. A nutrição como uma dieta do mediterrâneo por exemplo, exercícios físicos sem exagero, pois exercício em demasia não é bom. Hábitos do passado com um maior cuidado para os alimentos do presente. Menos estresse, evitar consumo excessivo de álcool, evitar uso de substâncias psicoativas, evitar cigarro, maconha, remédios como ansiolíticos sem real necessidade. Buscar uma vida saudável e ginástica cerebral é a melhor maneira de prevenir a doença de Alzheimer”, acrescenta.
Fabiano de Abreu Rodrigues vem estudando a doença de Alzheimer desde a pós-graduação em neuropsicologia na Cognos em Portugal, na especialização avançada em nutrição clínica também no país europeu foi tema do TCC para conclusão do curso de nutrição para doentes de Alzheimer.
Ele também possui um artigo científico publicado na Logos University International (UniLogos), nos Estados Unidos, sobre a proteína Tau na doença, junto com o Dr. Henry Oh, Chefe do Departamento de Saúde da Universidade Estadual de Idaho e foi tema da sua tese para a conclusão do doutorado em neurociência na mesma universidade com o tema “O processo de nutrição de pacientes com Alzheimer: Identificação de fatores de risco, prevenção e acompanhamento para a reabilitação cognitiva”.