Para muitas pessoas, as festas de fim de ano são sinônimos de confraternização com entes queridos e também o período em que a dieta fica em último plano e a “comilança” é liberada. É a época que todos ficam muito expostos as tentações e sentem-se livres para cometer alguns excessos. Porém o resultado indesejável pode surgir não só no ganho rápido de peso, ele também vem através de uma intoxicação, gerada pelo acúmulo de toxinas, gorduras, açúcares, conservantes entre outros componentes, que sobrecarregam o fígado e inflamam o tecido adiposo. Em resposta a esse exagero, nosso organismo pode apresentar sintomas como: intestino preso ou diarreia, gosto amargo na boca ao acordar, baixa resistência imunológica, dores de cabeça, inchaço, alergias e indisposição. Se você faz parte do grupo que não conseguiu resistir aos panetones, pernis, rabanadas e afins não desanime, a nutricionista do Hospital e Maternidade São Cristóvão Cynthia Bassi orienta a como correr atrás do prejuízo e recuperar rapidamente o equilíbrio do seu organismo.
A dieta desintoxicante – Detox – não deve ser feita com a intenção de reduzir peso, embora isso possa acontecer, o intuito é beneficiar o organismo com a inclusão de alimentos de fácil digestão e com propriedades depurativas, agindo especialmente no fígado e intestino, responsáveis pela metabolização e excreção de até 80% dos nutrientes e toxinas. “Após cometer os excessos, é importante retomar a rotina de alimentação adequada no intuito de eliminar os exageros cometidos, purificar e dar energia ao corpo, além de melhorar a digestão e absorção de nutrientes, acelerando o metabolismo e diminuindo a sensação de mal estar”, explica a profissional.
“A dieta detox quase sempre é hipocalórica e pode não atingir todas as necessidades de vitaminas e minerais, por isso deve ter tempo determinado e não ser adotada de forma permanente”, orienta a nutricionista. Nesse momento, é fundamental lembrar das fibras, que são carboidratos não digeridos pelo organismo e que auxiliam o seu bom funcionamento, especialmente na limpeza e regulação do intestino, “Elas são encontradas em alimentos integrais como biscoito, arroz, pães, aveia, açúcar mascavo, linhaça e cereais em geral”, esclarece a nutricionista Cynthia. Frutas, verduras e legumes, também devem compor o cardápio, por conterem poucas calorias e serem ricas em nutrientes. “A melancia que além de refrescante é diurética, o abacaxi que auxilia na eliminação de impurezas, o gengibre melhora a digestão, fortalece o sistema imunológico e combate a constipação intestinal; a berinjela tem ação digestiva e laxante e a couve que estimula a produção de enzimas, ajuda na eliminação de toxinas e é fonte de vitamina B que facilita o metabolismo dos macronutrientes” diz a profissional.
“Frutas cítricas, como o limão, laranja, kiwi e acerola possuem substâncias antioxidantes e fortalecem a imunidade. Os peixes e chás, também devem estar presentes no período pós-páscoa”. A hidratação deve ser reforçada, por isso a nutricionista indica o consumo de oito a dez copos de água ao dia, para auxiliar na eliminação de toxinas. Para obter um resultado mais eficiente na desintoxicação, alguns cuidados são recomendados para melhorar a resposta do organismo às mudanças, “Cerca de três dias antes, retire o café da dieta, para que a cafeína não atrapalhe a ação da enzima citocromo, responsável pela eliminação de toxinas e nesse período prefira alimentos orgânicos, que são livres de agrotóxicos”, ensina a nutricionista.
Além disso, alguns alimentos devem ser consumidos com moderação nessa fase, é o caso do leite, pães e massas, que devido à presença de lactose e glúten, tem digestão lenta e ação inflamatória, e das carnes vermelhas que tem maior quantidade de toxinas.
Evite também os seguintes alimentos:
Açúcar e mel Refrigerantes e bebidas alcoólicas Alimentos industrializados Embutidos, manteiga e margarina Frituras e guloseimas A reintrodução desses alimentos deve ocorrer de forma lenta e em quantidade controlada, após o período da dieta, que dura em média de 3 a 7 dias, é indicado também que um nutricionista auxilie o paciente a explorar os alimentos funcionais e individualizar seus hábitos e necessidades. Em resumo, é importante lembrar, que uma dieta balanceada e saudável, pode sim conter alimentos típicos de fim de ano, basta prestar atenção na quantidade consumida.