Secretaria Especial da Cultura afirma que auxílio deve ficar disponível ainda no primeiro semestre
Na última terça-feira (9), o governo federal anunciou a liberação de R$ 408 milhões em recursos para as empresas do setor de eventos de cultura e entretenimento que foram afetadas pela crise provocada pelo coronavírus. A comunicação foi feita pelo secretário Especial da Cultura, Mário Frias, e pelo secretário Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura, André Porciuncula, durante a Assembleia Geral da Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape).
De acordo com a última edição do levantamento do Sebrae, que avalia o impacto da pandemia nos pequenos negócios, realizado em novembro, a Economia Criativa, que abriga o setor de eventos, está entre as áreas mais afetadas pela crise, tendo registrado uma perda de 62% do faturamento se comparado aos períodos anteriores às restrições de isolamento social. Desde o início da pandemia o setor já eliminou mais de 450 mil postos de trabalhos formais, entre diretos e indiretos.
Cesar Rissete, gerente de Competitividade do Sebrae, destaca que o auxílio é fundamental, já que o retorno significativo do setor só deva ocorrer em 2022, após a vacinação em massa da população brasileira. “A MP 936 acabou em dezembro e ainda não foi reeditada. As parcelas de empréstimos aos quais os empreendedores recorreram para manter suas empresas abertas começaram a vencer agora, mas o volume de negócios ainda está longe do patamar normal e a grande maioria não tem como honrar esses compromissos. Há uma necessidade de linhas de financiamento que deem mais um ano de fôlego para essas empresas. Os recursos liberados pelo Governo Federal além de bem-vindos, são necessários”, afirma.
A verba será fornecida por meio de linhas de crédito do BNDES. Embora as regras para a obtenção do recurso ainda não tenham sido divulgadas, a Secretaria Especial de Cultura afirma que a liberação do recurso deve ocorrer ainda no primeiro semestre deste ano. A proposta é de que o acesso seja facilitado por fundos garantidores, com carência de dois anos, e juros de 0,8%.
Para preparar os empreendedores para enfrentar a crise, o Sebrae investiu em diversos programas com orientações específicas para o cenário da pandemia. Estão disponíveis cursos online de liderança e comportamento do consumidor, entre outros, além de consultoria personalizada, com recomendações assertivas para as necessidades específicas de cada negócio.
Rissete destaca que é muito importante entender o consumidor durante a pandemia e ressalta as orientações do Sebrae para os pequenos negócios, que estão disponíveis desde o início da pandemia. “Os empreendedores precisam preservar o fluxo de caixa e perceber onde podem reduzir custo, buscar o mínimo de receita, por exemplo, identificando eventos online nos quais você tenha algum retorno ou onde possa comercializar seu produto, identificar os mercados correlatos, renegociar créditos com atenção para os prazos e taxas de juros e se reinventar para não perder a base de clientes”, finaliza.