O caderno de gastronomia do Jornal O Estadão preparou o editorial: Paladar Testou – que desta vez os panetones e chocotones, foram avaliados entre 150 amostras. Um júri especializado com dezesseis membros te conta quais são os melhores em cinco categorias: clássicos, custo-benefício, adoraria ganhar, para presentear e, como não podia faltar, as tendências do momento avaliar os melhores panetones do Brasil.
Como foi realizado o teste
Em todas as provas realizadas por Paladar, a reportagem faz um levantamento das marcas disponíveis no mercado. E, nos dias anteriores ao teste, as amostras são adquiridas* em grandes redes de supermercado, confeitarias, padarias e empórios da capital paulista. O Paladar Testou é uma iniciativa 100% editorial. Além disso, o júri também não tem conhecimento de quais marcas fazem parte da seleção antes do resultado da apuração.
Os valores dos produtos mencionados a seguir são da segunda quinzena de novembro de 2024.
Os 20 panetones e chocotones da Seleção Paladar 2024, organizados por ordem alfabética
A padeira
“Adoraria ganhar”: Elaborado pela padeira Alethéa Suedt, o panetone clássico tem como base uma massa de fermentação natural, além de casca de laranja e de limão confitados, uva-passa e pasta aromática artesanal e de produção própria, foi avaliado pelo júri como um produto de aparência bonita, casca atrativa e massa brilhante. E o panetone também apresentou aroma e sabor delicados. “Um panetone de alto nível e que obedece características tradicionais do produto”, escreveu um dos jurados (R$ 135, 500 g).
Basilicata
“Custo-benefício”: O panetone clássico, produzido pela padaria italiana fundada em 1914 na Bela Vista, conquistou o seu espaço na seleção Paladar. No melhor estilo “básico que funciona”, o panetone de aroma agradável tem massa úmida, bem fermentada e de textura sedosa. As frutas cristalizadas e uvas-passas são macias e tem sabor equilibrado, mas poderiam estar em maior quantidade. “É superior a vários outros panetones mais caros”, comentou um dos jurados (R$ 29,90, 500 g).
Biscoitê
“Custo-benefício”: o Cioccotonê, o chocotone da rede dedicada aos biscoitos decorados, foi um dos melhores pontuados no teste às cegas. Com massa úmida e fofinha, o panetone da marca é carregado de gotas de chocolate ao leite, que, no teste às cegas, parecem ter boa qualidade. “De longe, o melhor panetone da categoria, em sabor, aroma e textura”, comentou um dos membros do júri (R$ 59,90, 500 g).
Bráz
“Tendência”: Desenvolvido pelo expert em panificação da rede, o italiano Raffaele Mostaccioli, o panetone clássico Fora de Série tem como base uma massa de fermentação natural, que é carregada de uva-passas, laranja, limão e cidra glaceadas, além de cobertura de amaretto e limão-siciliano, conquistou espaço na seleção Paladar. Com massa densa e úmida, o panetone tem boa quantidade de frutas, com destaque para a laranja. “Um clássico panetone italiano”, comentou um dos jurados. O único porém é que o conjunto é um pouco mais doce que o necessário (R$ 199, 1 kg).
Casa Santa Luzia
“Tendência”: Lançamento do empório para o Natal deste ano, o panetone Agli Agrumi, é elaborada com quatro cítricos. A massa de fermentação natural leva tangerina e é recheada com geleia de mexerica, limão confitado, raspas de laranja e de limão-siciliano envolvidas por uma quantidade mínima de chocolate (como as frutas dominam a receita, a amostra participou da seleção na subcategoria panetone). Já a cobertura é de creme de amêndoas aromatizado com limão. Na massa, repleta de alvéolos e com textura macia, estão incrustadas diversas frutas cítricas, que poderiam estar melhor distribuídas. “O sabor é bem equilibrado. Superou as expectativas”, comentou um dos jurados (R$ 177, 580 g).
Casa Suíça
“Custo-benefício”: O La Veneziana, panetone premium da marca é elaborado com damasco e ameixa e uvas-passas, além de ostentar, no topo, uma crosta açucarada de castanha-de-caju e amêndoas. “Até parece uma colomba pascal”, observou um dos jurados, referindo-se ao formato mais baixinho e mais largo do panetone. A massa, levemente ressecada, tem sabor neutro, que funciona como contraponto para o dulçor das frutas. Foi considerado um dos melhores da categoria. (R$ 59,99, 750 g).
Confeitaria Dama
“Clássico”: Desenvolvido pelo chef consultor Gumercindo Dal’Acqua para a rede de confeitarias comandada pelas cunhadas Daniela e Mariana Gorski, o panetone tradicional, com massa de fermentação natural, tem textura leve e que “desfia”. Entremeado por frutas secas macias e carnudas, como cascas de laranja, limão, cidra e cerejas cristalizadas importadas da Itália, o panetone de aroma delicado tem sabor equilibrado e é finalizado com crosta açucarada e amêndoas. “A cor da massa é mais vibrante e bonita”, comentou um dos jurados. (R$ 115, 500 g; R$ 230, 1 kg).
Fazemos pão
“Clássico”: O panetone de chocolate com avelã, produzido pela padaria artesanal comandada pela dupla Priscila Imai e Thiago Dragão em Pinheiros, foi o campeão do teste às cegas de Paladar no ano passado. E ele faz o seu retorno triunfante para a nossa seleção. Elaborado com lievito (fermento natural desenvolvido especialmente para a receita), o panetone leva três dias para ficar pronto. Com sabor equilibrado, o panetone tem como base massa úmida e repleta de alvéolos. Além das gotas de chocolate belga ao leite e meio amargo, o panetone leva raspas de limão-siciliano e laranjas cristalizadas, além de ser aromatizado com pasta de laranja-baía e fava de baunilha de produção própria. E, também, ostenta avelãs caramelizadas. “Chocolate bem acima da média”, disse um dos jurados (R$ 110, 550 g).
Le Blé Casa de Pães
“Adoraria ganhar”: O panetone com gotas de chocolate ao leite, amargo e branco foi avaliado como muito saboroso pelo jurados. Ganhou pontos ainda por ter uma aparência convidativa e pelas massa alveolada e úmida, com lascas bem formadas que se soltam com facilidade. “O sabor de laranja casou perfeitamente com as gotas de chocolate”, avaliou um dos jurados (R$ 119, 500 g).
Lindt
“Clássico”: O panetone duplo chocolate, da marca suíça dedicada aos chocolates, foi considerado um dos melhores entre os panetones clássicos. Elaborado com massa de fermentação natural, o panetone é repleto de gotas de chocolates ao leite e meio amargo da marca. “É possível sentir o chocolate em todas as mordidas”, comenta um jurado, atestando que é uma boa opção para os chocólatras. A massa, na opinião do time de jurados, poderia ser um tiquinho mais leve (R$ 111, 400 g).
Mocotó
“Para presentear”: Batizado como Chocotó, o chocotone de fermentação natural, elaborado pelo confeiteiro e participante do MasterChef Confeitaria (Band), Ale Sotero, combina farinha italiana do Molino Pasini, doce de leite da Fazenda Atalaia, chocolate belga Callebaut, nibs de cacau da Baianí, baunilha natural Vanilla Brasil, mel silvestre da Mbee, além de cítricos e cumaru, conquistou o júri pela casquinha crocante e pela boa qualidade do chocolate utilizado na receita. A embalagem de inspiração bem brasileira, que dialoga com a proposta do restaurante comandado pelo chef Rodrigo Oliveira, também agradou como opção para dar de presente neste Natal (R$ 119, 550 g).
Pães e Bolos Whitaker
“Adoraria ganhar”: O panetone de frutas cristalizadas e uvas-passas, produzido pelo fotojornalista Paulo Whitaker em sua pequena padaria artesanal, foi bem avaliado pelo júri no quesio aparência da massa, com alvéolos e fibras na quantidade correta. “Um panetone de ótima fermentação”, atestou um dos jurados. O sabor amanteigado bastante presente e a casquinha muito bem formada e caramelada também agradou. No entanto, poderia ser apenas um tiquinho mais úmido (R$ 90, 500 g).
Qui o Qua
“Para presentear”: Elaborado pelo chef Dudu Almeida Simone, o Cioccolato, panetone com gotas de chocolate ao leite 55% de cacau combinados com pedacinhos de laranja italiana, vem em uma embalagem surpreendente, que lembra uma bolsa de grife – ótima opção de presente na curadoria feita por Paladar. O chocotone foi avaliado pelo júri como saboroso, rico em chocolate e visualmente convidativo. “Poderia ser um pouco menos doce”, considerou um dos jurados (R$ 104, 550 g).
Rosewood
“Para presentear”: O panetone de frutas elaborado pela confeiteira do hotel mais badalado da cidade, Saiko Izawa, leva goiaba seca e zest de limões caipira, rosa e cravo. Os jurados classificaram o produto como bastante saboroso, com textura leve, boas frutas, aroma rico e sem excesso de aromatizantes. A embalagem, confeccionada em papel lavável desenvolvido com fibras naturais, faz a linha chique, mas sem ostentação. Pode ser reutilizada com uma ótima nécessaire de viagem. O papel-manteiga que embala o panetone, porém, não dá conta de protegê-lo adequadamente (R$ 350, 500 g).
Rubaiyat
“Clássico”: Para este fim de ano, a rede de restaurantes especializada em carnes lançou uma linha própria de panetones, que recebeu o nome de rubattone. Trocadilhos à parte, a versão tradicional, que foi batizada como Madrid, conquistou o seu lugar na seleção Paladar. Elaborado com frutas cristalizadas e uvas-passas brancas e pretas, foi um dos preferidos da categoria. Com aroma intenso de essência de laranja, a massa de textura leve é carregada de frutas, macias e sem personalidade. “Infelizmente, as frutas não colaboraram com a massa, que foi bem fermentada”, observou um dos juízes (R$ 139, 650 g).
St. Marche
“Custo-benefício”: o panetone com gotas de chocolate ao leite, da marca própria da rede de supermercados, também conquistou o seu espaço na seleção Paladar deste ano. Com massa fofinha, úmida e bem desenvolvida, o panetone ostenta uma boa quantidade de gotas de chocolate, que tem sabor agradável. No entanto, “o aromatizante sintético idêntico ao natural”, como diz a embalagem, traz um sabor amargo no final (R$ 22,90, 400 g).
Sandra Dias
“Adoraria ganhar”: Para este fim de ano, a cake designer Sandra Dias apresenta uma linha na qual se destaca o panetone banoffee, com massa tradicional, pedacinhos de banana, chocolate belga ao leite e gold, além de cobertura de creme de amêndoas com toque de canela, amêndoas laminadas e açúcar polvilhado por cima. Apresentou ótimo volume, boa textura e uma bonita cúpula de cor amarelada. Embora o aroma e sabor tenham agradado, o panetone poderia ser mais úmido na opinião dos integrantes do júri (R$ 139,90, 500 g).
Tre Bimbi
“Tendência”: vendido o ano todo nos dois endereços da loja, que é misto de gelateria, confeitaria e padaria, o panetone Chocolate com laranja, elaborado com massa de fermentação natural, laranjas cristalizadas e gotas de chocolate amargo, conquistou o júri. A massa de textura leve “desfia” muito bem. “O chocolate, que parece de ótima qualidade, está muito bem distribuído na massa”, observou um dos jurados. (R$ 105,90, 500 g; R$ 189, 1 kg).
Vivianne Wakuda Pâtisserie
“Tendência”: Uma das sugestões elaboradas pela confeiteira Vivianne Wakuda para este fim de ano, o panetone Choco laranja, com massa de fermentação natural, gotas de chocolate ao leite belga e laranja cristalizada italiana, conquista o seu lugar em nossa seleção. Com massa de textura leve e macia, o chocotone tem boa quantidade de chocolate e aroma agradável. “Ótimo equilíbrio de sabores e não é nada enjoativo”, elogia um dos jurados. (R$ 99, 500 g).
Zestzing
“Para presentear”: O panetone de frutas, com pedacinhos de figo, cranberry, uvas-passas, laranja e cereja amarena da padaria artesanal, sob o comando de Claudia Rezende, ganhou os jurados pela massa de qualidade, leve e com distribuição equilibrada das frutas. Sabor delicado e a “textura ótima”, na opinião de um dos membros do júri, também contou pontos na avaliação. O pão doce tipicamente natalino vem embalado em um lindo saquinho de tecido cru reutilizável, com fechamento que mantém o panetone bem conservado. Uma simpática opção de presente (R$ 145, 550 g).
… Bom dia! “O homem que não tem imaginação, não tem asas.”
… Um abraço aos aniversariantes de hoje: Elizabeth Pinheiro Mariano, Maria Helena Pettengill, José Claudemir da Silva, Zano Rodrigues, Vera Echeverria Jaques Carvalho, Sérgio Carvalho, Altair Correa de Souza, Edna Gonçalves, Tiago Bana Franco, Santa Sophia Forbici e Carla Rodrigues. Happy birthday!