Arali Helena Stort, docente do curso de Psicologia da Unifran, aponta as principais caraterísticas e avalia se a pandemia tem contribuído para o aumento dessa psicopatologia.
06 “borderline” se refere ao que é limítrofe, que está na fronteira.
A Síndrome de Borderline é uma psicopatologia que se refere à saúde mental em que a pessoa apresenta uma instabilidade constante do humor e do comportamento, com mudanças de atitude súbitas e de forma impulsiva, levando a episódios intensos de raiva, ansiedade e depressão.
A psicóloga Arali Helena Stort, , avalia que a pandemia e o isolamento social têm contribuído para o aumento desse problema e dá algumas informações sobre essa síndrome.
Segundo a Psicóloga, as principais características são: o afeto intenso; comportamento impulsivo; adaptação superficial a situações sociais; episódios psicóticos transitórios; desequilíbrios em relacionamentos, que vai de uma extrema dependência à superficialidade transitória e uma propensão a pensamentos vagos.
“É um transtorno de difícil diagnóstico, porém cuja identificação e tratamento correto são de extrema importância para o indivíduo. Para indentificar é preciso observar que há um padrão difuso de instabilidade das relações interpessoais, da autoimagem, dos afetos e de impulsividade acentuada que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos”, relata a professora
A especialista argumenta ainda, que a pessoa diagnosticada com a Síndrome de Borderline precisa do acompanhamento de um profissional para indicar o melhor tratamento para cada caso.
“Dentro dos tratamentos, podemos destacar: psicofarmacoterapia, entrevistas conjuntas, atendimento familiar (intervenção na crise e alívio dos sintomas agudos, prevenção dos outros membros, adequação da família); atendimentos aos pais (separadamente do paciente) e modalidades estratégicas de psicoterapia”, sugere Arali.
Quanto à relação dessa síndrome com a pandemia do novo coronavírus, a psicóloga relata que a saúde mental é uma das áreas mais atingidas e que merece atenção e reflexão, sobretudo nesse momento. “ O isolamento social, os riscos de estar exposto ao vírus e a incerteza em relação ao futuro têm sido encarados de forma diferente por cada indivíduo. O que para alguns pode trazer sentimentos passageiros de tristeza ou ansiedade, para outros pode desencadear um transtorno mental e também agravar a Síndrome Borderline”, explica.
Por fim, a especialista aponta que os indivíduos ou familiares devem estar atentos quanto às emoções excessivas, e identificado esses comportamentos, a busca por um médico deve ser considerada. “A Borderline é uma síndrome que requer cuidados e tratamentos. A pessoa deve receber ajuda especializada. Todos os tratamentos têm o intuito de desenvolver habilidades para uma melhor capacidade mental do indivíduo e melhor convívio, é preciso ficar atento a esses sinais”, indica.