O câncer de pele não melanoma é o mais frequente no Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o número de casos novos da doença estimados, para cada ano do triênio de 2023 a 2025, é de 220.490, o que corresponde a um risco estimado de 101,95 por 100 mil habitantes, sendo 101.920 em homens e 118.570 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 96,44 casos novos a cada 100 mil homens e 107,21 a cada 100 mil mulheres.
Por isso, dezembro ganha a cor laranja para alertar a população sobre os cuidados com essa enfermidade. A dermatologista Priscila Chaves, que atende no centro clínico do Órion Complex, elenca algumas medidas para prevenção do câncer de pele. “Deve- se intensificar o uso do filtro solar e também usar proteção física como bonés, chapéus e roupa de proteção UV. Além de evitar se expor nos horários de pico solar entre 10h e 16h”.
A especialista detalha ainda os sinais a serem observados que podem indicar a doença. “Lesões de pele que não cicatrizam, como nódulos avermelhados ou marrons e também sangramento da lesão. A presença de lesões assimétricas, com bordas irregulares, múltiplas cores, tamanho maior que 6mm ou que estejam crescendo e mudando de formato se tornam suspeitas”, afirma a médica.
Radiação
Segundo o Inca, o principal fator de risco para todos os tipos de câncer de pele é a radiação ultravioleta, que induz a lesões no DNA. O dano produzido pelas radiações é cumulativo. Priscila Chaves orienta ainda sobre os diferentes tipos de pele. “As peles mais claras são mais suscetíveis ao dano solvente e devem ter cuidado redobrado, sugiro que use filtro solar com fator de proteção maior, como 60 ou 70 e evite ao máximo a exposição. Para peles mais morenas, um fator de proteção 30 já é suficiente, mas também podem sofrer o dano solar”, alerta.
A especialista ressalta a necessidade de frequentar regularmente o médico para ter um diagnóstico precoce e tratar logo a enfermidade. “O câncer de pele não melanoma é o mais comum. É necessário o tratamento cirúrgico precoce para evitar sequelas locais (com cicatrizes inestéticas) e até a invasão profunda. Já o câncer de pele do tipo melanoma tem alto poder de levar à morte, com metástases para outros órgãos, mesmo em pessoas jovens e deve-se realizar o tratamento com urgência. Por isso é importante fazer consultas regulares com o dermatologista para avaliar as lesões de pele”.
Ela ainda completa sobre pessoas que precisam ter mais atenção em relação à enfermidade. “A genética influencia muito no aparecimento desse tipo de câncer, principalmente nos casos do tipo melanina. Então pacientes que têm histórico familiar de câncer de pele, e pacientes que têm muitas pintas no corpo, devem fazer um acompanhamento mais frequente com o dermatologista”, alerta Priscila Chaves.
De acordo com a médica, o tratamento para o câncer de pele evoluiu muito nos últimos anos. “Hoje temos técnicas mais modernas de cirurgias que permitem uma taxa maior de remoção completa das lesões, com maior chance de cura e menores cicatrizes possíveis. É chamada de Cirurgia Micrográfica de Mohs. E também, quando há necessidade de tratamento com imunoterapia, as novas medições têm sido desenvolvidas e aprovadas para uso”, relata.