Um ano de quarentena: o saldo com poucas atividades físicas

Pesquisas revelam que a redução de atividades físicas e o pouco movimento podem impactar diretamente em doenças como diabetes e outras complicações venosas, principalmente na saúde das pernas

Em março, somamos um ano de quarentena por conta da pandemia do coronavírus. Muitos ainda permanecem em casa a maioria do tempo, o que também significa mais tempo parado e menos movimento. Especialistas estimam que a redução no nível de atividade física observada nos primeiros meses de quarentena pode gerar um aumento anual de mais 11,1 milhões de novos casos de diabetes tipo 2 e resultar em mais 1,7 milhão de mortes.

Estudo dos pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) revelam em um artigo publicado na revista Frontiers in Endocrinology que o confinamento das pessoas reduziu consideravelmente o nível de atividade física, aumentou o comportamento sedentário e piorou a qualidade da alimentação, o que pode ser preocupante a longo prazo.

Para chegar nessa conclusão, os pesquisadores usaram os dados de levantamento internacional realizado on-line por um grupo de 35 instituições de pesquisa de vários continentes. De acordo com os resultados, ainda preliminares, nos primeiros meses de confinamento houve redução de 35% no nível de atividade física e aumento de 28,6% nos comportamentos sedentários, como passar mais tempo sentado e deitado, além de maior ingestão de alimentos não saudáveis. Estudos anteriores já mostravam que a inatividade física foi responsável por cerca de 33 milhões de casos de diabetes tipo 2 em 2019 e 5,3 milhões de mortes em 2018.

De acordo com a OMS, adultos entre 18 e 64 anos, devem praticar, por semana, ao menos 150 minutos de exercício aeróbico moderado ou 75 de alta intensidade. Por isso, mesmo com o distanciamento e a necessidade de ficar em casa, é importante que as pessoas definam um período no dia dedicado à prática de exercício e a outras ações que auxiliem em uma quarentena mais saudável. Além dos riscos de doenças como diabetes, a diminuição de movimentos e muito tempo sentado pode ocasionar em problemas na saúde vascular, que, combinada com outras comorbidades, pode piorar o quadro clínico.

Segundo o médico Dr. Marcelo Eckert Zanoni, cirurgião vascular e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, se movimentar dentro de casa precisa ser considerado parte da rotina. “Estamos vivendo uma pandemia de Covid-19, mas não podemos descuidar das outras doenças que podem surgir se pararmos de prestar atenção nelas”, indica.

Além da atividade física, o membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular recomenda:

• Movimente-se em sua estação de trabalho: recomenda-se para quem trabalha sentado que, a cada meia hora, levante e realize alguma atividade leve, de dois a cinco minutos, como andar pela casa ou ambiente de trabalho, subir e descer escadas ou qualquer outra que seja possível.

• Controle a alimentação: com a correria do dia a dia, estando sempre em casa, às vezes é difícil se dedicar e preparar refeições frescas diariamente, o que acaba nos levando a pratos prontos. Dedique um dia do final de semana para cozinhar para os dias da semana ou optar por pedidos de refeições frescas e que sejam balanceadas entre as vitaminas e proteínas necessárias.

• Use meias de compressão graduada: a compressão graduada, além de promover conforto e bem-estar, auxilia no direcionamento correto do fluxo venoso e linfático de volta ao coração. Com isso, não ocorre o acúmulo de sangue na região inferior das pernas, permitindo uma nítida melhora na circulação, reduzindo a sensação de peso nas pernas, inchaços e outros sintomas. Existem meias de compressão de diferentes estilos e cores, como a linha Hoby, da SIGVARIS GROUP, empresa líder no mercado de acessórios de compressão graduada, que pode ser usada no dia a dia para trabalhar ou fazer qualquer outra atividade. Não esquenta, é confortável e colabora para uma circulação mais saudável.

• Pratique exercícios: a atividade física deve ser uma de nossas prioridades e não estamos somente referindo-se a prática de esportes, mas desde a atividade fisioterápica até os treinos de força e de performance. Inúmeras patologias osteomusculares e pulmonares necessitam de fisioterapia para a sua recuperação e depois de atividade física progressiva. Os treinos online, pilates on line e fisioterapia on line ganharam força no último ano e tornaram-se alternativa interessantes. Busque orientação de profissional capacitado, acompanhe treinos gratuitos na internet e realize caminhadas próximas a sua casa, de máscara, e em lugares menos movimentados. Assim como o trabalho se adaptou, cuidar da saúde também deve ser uma prioridade.