O Dia Mundial do Vegetarianismo é comemorado nesta sexta-feira, 1º de outubro. A data foi criada em 1977 pela Sociedade Vegetariana Norte-Americana e desde então simboliza os hábitos alimentares e o respeito às pessoas que não consomem carnes e outros produtos alimentícios provenientes dos animais.
Segundo a Sociedade Vegetariana Brasileira (SBV), o vegetarianismo é o regime alimentar que exclui os produtos de origem animal. O órgão afirma que reconhece ainda as variações de interpretação do termo. “Esse tipo de dieta alimentar apresenta variações na sua forma e nas razões de escolha. Alguém que adere ao tipo de alimentação vegetariana pode fazer por questões religiosas ou filosóficas. Ou ainda por preceitos éticos, ambientais e científicos”, diz a professora do curso de Nutrição da Uniderp, Luiza Rodrigues.
A nutricionista destaca que, independente da motivação, “o hábito alimentar, apesar de muitos pensarem o contrário, é saudável. Por meio de ajustes, encontramos o equilíbrio nutricional conforme as necessidades de cada indivíduo. Há pesquisas científicas que demonstram isso, mas para tanto é preciso estabelecer um planejamento alimentar e, caso necessário complementar com suplementos”, explica.
Com base nos critérios definidos pela SBV, a profissional lista os tipos de vegetarianismo como Ovolactovegetarianismo, que utiliza ovos, leite e laticínios na sua alimentação; o Lactovegetarianismo, que permite o consumo de leite e laticínios na sua alimentação, o Ovovegetarianismo, em que são consumidos ovos, e o Vegetarianismo estrito, que não adota nenhum produto de origem animal na alimentação.
Com relação à última categoria, em que o consumo tem mais restrições que as demais, o Conselho Regional de Nutrição (CRN-3) afirma que há déficit na ingestão de Vitamina B12, o que demanda a prescrição de alimentos fortificados ou suplementos, além da atenção com cálcio e proteína. Já na dieta ovolactovegetariana, deve ser observada a suplementação dos elementos ferro, zinco e ômega-3.
“Como em qualquer dieta, há necessidade de um planejamento para buscar uma alimentação balanceada. Por isso é importante reforçar a importância do acompanhamento de um profissional nutricionista, que vai analisar e prescrever um plano alimentar personalizado, capaz de suprir as carências nutricionais individuais”, destaca a professora. “Não há limitações de idade para se aderir ao vegetarianismo, mas deve ser limitada na adoção naquelas pessoas que possuam distúrbio alimentar, como anorexia, bulimia e outras. Nesse processo, o acompanhamento do nutricionista é muito importante e vai abranger, também, aspectos comportamentais, psicológicos, biológicos e socioculturais”, esclarece.
Para quem deseja iniciar esse tipo de dieta, a professora dá a dica: “É altamente recomendável a consulta ao nutricionista que vai orientar a exclusão dos alimentos de forma gradativa. A substituição dos grupos alimentares sem acompanhamento poderá trazer danos à saúde e até mesmo agravar quadros clínicos preexistentes. Alguns pacientes iniciam excluindo a carne vermelha no início, para só depois eliminar o frango e o peixe do cardápio. Tenha paciência, persistência e se planeje, para encontrar o equilíbrio nas trocas alimentares e viver com saúde independentemente do tipo de vegetarianismo”, comenta Luiza.
A profissional lista algumas dicas para quem deseja adotar a dieta vegetariana:
- Comece aos poucos. Deixe de consumir a carne uma vez na semana e vá progredindo. Nessa fase é preciso ter paciência, pois uma proibição severa logo de início prejudicar a adesão à dieta e contribuir com o desenvolvimento de transtornos alimentares;
- Busque compreender a motivação pela qual escolheu adotar essa nova dieta. A reflexão ajudará a dar mais motivação e também encontrar novas formas de preparo e fontes de alimentação;
- Pesquise a respeito de profissionais qualificados na área do vegetarianismo. Uma correta transição alimentar evita futuros problemas à saúde e contribui para a adoção permanente de um novo estilo de vida.