De acordo com o Cardiômetro, indicador do número de mortes por doenças cardiovasculares criado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, são mais de 1100 mortes diárias que acontecem por doenças cardiovasculares, com mais de 290 mil até setembro de 2022, ultrapassando os óbitos causados por câncer ou por causas externas, como acidentes e violência. Os principais motivos que explicam esses números são o aumento do nível de estresse, a obesidade, a má alimentação, a falta de exercícios físicos, o tabagismo e a diabetes.
Segundo o cardiologista Rafael Zappalá, do Hospital Anchieta de Brasília, no Brasil onde o acesso à saúde, especialmente na parte de cuidados preventivos, é bastante reduzido, expor o tema nas redes sociais e na mídia é de fundamental importância para abranger a maior parte dos habitantes do país de forma simples, objetiva e esclarecedora.
“Setembro Vermelho é o mês de conscientização e ênfase na prevenção das doenças cardiovasculares no Brasil e felizmente, a maior parte dos fatores que levam alguém a entrar nesta estatística podem ser evitados, e é de suma importância falarmos cada vez mais sobre isso”, acrescenta.
Doenças cardiovasculares mais comuns
As doenças mais comuns abordadas nos consultórios dos cardiologistas são a Doença Isquêmica do Coração e a Insuficiência Cardíaca. “A doença isquêmica é fruto principalmente do estilo de vida das pessoas e o principal motivo da criação da campanha Setembro Vermelho. Ela decorre do processo de aterosclerose das artérias, que é o acúmulo de gordura dentro dos vasos sanguíneos do coração. Esse acúmulo, gradual e lento, tem relação com fatores genéticos. Já as insuficiências cardíacas são mais associadas a doenças crônicas e ao envelhecimento da população”, reforça Rafael Zappalá.
Para a médica Alessandra Figueiredo, cardiologista do Hospital São Francisco de Brasília, os infartos também entram na lista de problemas mais comuns ligados ao coração. “Os infartos são extremamente ligados a fatores genéticos, a uma propensão familiar, mas muito prevalente em decorrência dos hábitos de vida.”
“Estresse, obesidade, sedentarismo, alimentação inadequada e má qualidade do sono são fatores que potencializam ou retardam nossa chance de enfrentarmos um infarto”, acrescenta Zappalá que reforça medidas importantes para diminuir as chances da doença como: “praticar 150 minutos de atividade física na semana, evitar ingestão de produtos ricos em sódio, açúcares ou gorduras saturadas e ter uma melhor qualidade do sono”.
Mudança de hábitos
Alessandra Figueiredo reforça, que a mudança dos hábitos da vida é essencial para prevenir os problemas cardiovasculares: “mudança no estilo de vida, mudança dos hábitos alimentares, iniciativa de fazer atividades físicas, ter um estilo de vida um pouco mais saudável, não só do ponto de vista alimentar, mas mental também. Porque muitas pessoas hoje em dia estão tendo estafa mental que é uma doença relacionada ao excesso de trabalho e isso também causa mais envelhecimento tanto cerebral quanto vascular”, finaliza.
Como outras campanhas, a campanha do Setembro Vermelho é muito importante para dar um alerta a população da importância de prestar atenção na saúde de forma regular. “De uma maneira geral, todas as campanhas que marcam muito, principalmente para o paciente que é mais leigo, que não tem muito conhecimento da área médica, ajuda muito com que ele procure se cuidar. Pelo menos lembre que tem que fazer um check up regular”, conclui a médica do Hospital São Francisco de Brasília.