Pedro Signorelli
Encontramos em todas as empresas, pouco importa também o nível ou cargo, líderes que não possuem uma boa relação com o seu time e que não conseguem melhorar esse cenário. É claro que não estou dizendo que são tiranos, mas geralmente, em casos assim, falta uma característica que considero muito fundamental e que nem sempre é levada em consideração: escutar as pessoas.
Um bom líder precisa possuir uma escuta ativa, pois é vital para que a comunicação entre liderança e liderados seja mais assertiva e funcione de forma efetiva. O líder geralmente costuma falar bem mais do que ouve. Afinal, escutar pra quê? Para responder ou para compreender o que o outro está falando? Sim, isso é o básico, mas não para muitos que estão em cargos mais altos.
A verdade é que, no fundo, o que precisamos enquanto líderes para conseguir descobrir onde estão os problemas do time e eventualmente resolvê-los, é estarmos totalmente abertos para compreender a perspectiva do outro e assim podermos tomar as melhores decisões, buscando entender as situações com propriedade e tratando com imparcialidade os casos que acontecerem.
Pesquisas realizadas pela Asana, uma plataforma de ‘gerenciamento de trabalho’ móvel e na web, mostram que apenas 15% dos funcionários das empresas em geral sentem que são completamente ouvidos pela organização em que trabalham. E quando uma pessoa não se sente ouvida, costuma ter mais dificuldade em se envolver no trabalho, o que faz com que acabe desmotivada.
No entanto, quando o líder adota uma nova postura e escuta para de fato compreender, não simplesmente apenas responder, acaba criando um ambiente de trabalho mais seguro para os colaboradores, que passam a se sentir mais confortáveis em compartilhar o que estão pensando, sejam dores ou ideias. Tal atitude vai gerar muito mais engajamento do time e propiciará o alcance de melhores resultados.
Os OKRs – Objectives and Key Results (Objetivos e Resultados Chaves) -, defendem que a parceria entre gestor e colaboradores precisa estar em sintonia, pois uma das premissas da ferramenta é que todos trabalhem juntos em prol do mesmo objetivo que foi estabelecido previamente, sabendo suas respectivas funções e como estas influenciam no cenário como um todo e também no resultado final.
Desta forma, o engajamento do time tende a aumentar de forma natural, pois sabem para onde estão indo, sabem como seu trabalho contribui para a estratégia geral da empresa, sabem que não estão sozinhos, e que se precisarem corrigir a rota, farão em grupo. Neste sentido, a tendência é que se sintam cada vez mais motivados a entregar uma performance melhor.
Pedro Signorelli é um dos maiores especialistas do Brasil em gestão, com ênfase em OKRs.