Psicóloga ensina técnica que permite controlar pensamentos negativos com clareza e discernimento
Quem nunca foi dominado por pensamentos negativos, que despertam sentimentos como ansiedade, insegurança e estresse? Para a psicóloga Sabrina Amaral, da Epopéia Desenvolvimento Humano, é possível se libertar desses sentimentos acessando um lado do cérebro que avalia as coisas com clareza, objetividade e aponta o melhor caminho a seguir. E a entrada para esse caminho chama-se Autoterapia.
De acordo com a especialista, todos nós temos um ‘sábio interior’ e, antes de se desesperar com os acontecimentos, recomenda o uso de ferramentas que possam ajudar a acessá-lo, como a Autoterapia – uma técnica inspirada no método socrático, que provoca na pessoa um momento de reflexão profunda ao buscar respostas para uma série de questionamentos. “Toda emoção exagerada, comportamento indesejado e atitudes sabotadoras resultam em pensamentos disfuncionais. Esses pensamentos costumam ser rígidos, generalizantes e exagerados e nós acreditamos que são verdadeiros, fato quase inquestionável: é assim, pronto, acabou”, revela.
O que se faz durante a Autoterapia?
Como já mencionado, ao inspirar-se nas ideias de Sócrates, filósofo da Grécia Antiga, a proposta da Autoterapia é definir problemas, identificar pensamentos, examinar situações e analisar comportamentos. “A Autoterapia é uma ferramenta extremamente eficaz na prática clínica e que pode ser utilizada em qualquer tipo de transtorno ou dificuldade e não há contraindicações, por isso, você pode adotá-la na sua vida pessoal, profissional e em qualquer situação do dia a dia”, afirma a psicóloga, que explica como aplicar a técnica logo abaixo:
“Questione, não suponha!”
O primeiro passo é entender: seus pensamentos não são fatos, e sim, ideias e, portanto, como qualquer ideia, podem ser questionados. Depois, pegue um papel e escreva no topo qual é o pensamento que você quer desafiar e inicie a sabatina:
Quais são as evidências (provas concretas e não ‘achismos’) a favor deste meu pensamento? E contra ele? (Faça uma lista)
Estou baseando este pensamento em fatos ou em sentimentos? (os sentimentos tendem a nublar nossa mente e impedem uma visão mais clara da situação)
Este pensamento está ‘polarizado’ em extremos de tudo ou nada, ou existem nuances que eu não estou enxergando aqui? Quais são?
Será que eu estou interpretando mal as evidências? Posso estar fazendo suposições?
Outras pessoas poderiam ter interpretações diferentes da minha se estivessem na mesma situação? Quais?
Estou olhando para todos os fatos ou apenas aqueles que apoiam meu pensamento?
Poderia o meu pensamento ser um exagero desta parte que é verdade?
Alguém passou este pensamento ou esta crença para mim? Estou num efeito esponja?
Meu pensamento é realista? Ou é o pior cenário possível? (cuidado com a tendência de ‘catastrofizar’ as coisas)
Quanto mais você praticar, mais automático este processo vai ficar, até o ponto em que você nem vai mais precisar de papel para praticá-lo. Porém, tome cuidado para não entrar numa paranoia de questionar a tudo e a todos o tempo todo. Concentre-se em fazer o desafio apenas daqueles pensamentos que causam sofrimento a você, com parcimônia.
Além disso, siga os passos abaixo para garantir uma prática correta e construtiva do método:
Tenha uma lista de perguntas em uma colinha;
Seja sincero e entenda que tudo possui mais de um lado, não existe verdade absoluta;
Comece desafiando aqueles pensamentos que trazem mais sofrimento pra você;
Observe que ao identificar padrões de pensamentos mais frequentes em sua vida, ficará cada vez mais fácil de combatê-los;
Não tenha medo de desafiar suas crenças, lidar com a frustração faz parte do processo;
Seus pensamentos influenciam diretamente na forma como você se sente e se comporta, portanto, definem seus resultados;
Se ficar muito pesado para lidar com aquilo que você encontrar, é fundamental procurar ajuda de um terapeuta online ou presencial.
Por fim, a psicóloga ressalta que nem sempre conseguimos acessar este campo sem ajuda de um profissional, é nestas horas que o acompanhamento de um psicólogo faz toda a diferença. “A Autoterapia não substitui a análise de um profissional especializado. Use a ferramenta com sabedoria e busque ajuda sempre que necessário. E lembre-se: você não é seus pensamentos!”
Sabrina Amaral é psicóloga, psicoterapeuta e hipnoterapeuta Omni, practitioner em PNL e coach da mente. Membro IBHEC