Caso Joe Biden alerta para o câncer de próstata

Médico oncologista destaca importância do diagnóstico precoce e rastreamento genético para evitar metástase óssea, uma das complicações mais graves da doença. Imagem de freepik

O diagnóstico de câncer de próstata com metástase óssea do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reacende o debate sobre a importância do rastreamento e do diagnóstico precoce da doença, que é a segunda maior causa de morte por câncer entre homens no Brasil. Em casos avançados, o tumor pode se espalhar para outros órgãos  sendo os ossos um dos locais mais comuns, tornando o tratamento mais complexo e diminuindo as chances de cura.

Segundo o oncologista Fernando Zamprogno, da Kora Saúde, o principal sintoma quando o câncer se espalha para os ossos é a dor localizada. “É uma dor crônica, persistente e que não melhora com os medicamentos analgésicos habituais. O diagnóstico da metástase óssea é feito por meio de exames de imagem, como cintilografia óssea, tomografia, ressonância e PET scan”, explica o especialista.

O principal sintoma quando o câncer se espalha para os ossos é a dor localizada. Imagem de krakenimages.com no Freepik

Ainda de acordo com Zamprogno, a detecção precoce é fundamental para evitar a evolução para estágios mais graves da doença. “O rastreamento regular com PSA e toque retal deve começar aos 50 anos, ou aos 40, para homens com histórico familiar de câncer de próstata, mama, ovário ou pâncreas. Isso porque cerca de 15 a 20% dos casos são hereditários, geralmente ligados às mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, os mesmos implicados em outros tipos de cânceres familiares”, alerta.

O tratamento do câncer de próstata avançado tem evoluído significativamente nos últimos anos. O Brasil já conta com as mesmas opções de terapias hormonais e quimioterápicas disponíveis nos EUA e Europa, incluindo terapias com radioisótopos. “Um dos avanços mais recentes é o Lutécio-PSMA, uma molécula inovadora que passou a integrar o rol da ANS em 2025. É uma alternativa importante para pacientes que já passaram por outras linhas de tratamento”, destaca o médico.

O tratamento do câncer de próstata avançado tem evoluído significativamente nos últimos anos. Imagem de prostooleh no Freepik

Apesar dos avanços, o cenário ainda é preocupante. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2019 foram registrados cerca de 16 mil óbitos por câncer de próstata no Brasil. Já em 2021, a estimativa foi de 44 mortes por dia causadas pela doença.

“O câncer de próstata ainda é uma das principais causas de morte por câncer no país. Precisamos reforçar a importância do rastreamento, especialmente entre os homens com histórico familiar, e promover o acesso à informação e às novas terapias. O diagnóstico precoce ainda é o maior aliado da cura”, conclui Zamprogno.