Como saber se o idoso está tendo perda auditiva?

Presbiacusia é o nome dado para a condição, que pode ser identificada no dia a dia. Foto: Freepik

À medida que a população envelhece, ocorre um aumento da perda auditiva, segundo o primeiro Relatório Mundial sobre Audição, lançado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2021. O documento estima que, em 2050, cerca de 2,5 bilhões de pessoas terão algum grau de perda auditiva, também chamada de presbiacusia. Para evitar complicações e impactos na qualidade de vida, é necessário saber identificar os sinais do problema.

De acordo com informações da Universidade de São Paulo (USP), a presbiacusia é uma doença multifatorial relacionada ao processo de envelhecimento, caracterizada pela perda progressiva da audição.

O documento estima que, em 2050, cerca de 2,5 bilhões de pessoas terão algum grau de perda auditiva, também chamada de presbiacusia. Foto: Internet/Divulgação

O médico e membro da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Pedro Pinheiro, explica que o ser humano é capaz de ouvir frequências entre 20 Hz e 20 mil Hz (20 kHz), mas muitos adultos já não conseguem ouvir nada acima de 15 mil Hz (15 kHz). Em entrevista à imprensa, ele ressalta que com a presbiacusia, a perda auditiva é ainda maior, e as frequências mais afetadas são aquelas acima de 2 mil Hz (2 kHz).

Como identificar a presbiacusia

Para identificar o problema, é necessário estar atento aos sinais que podem ser percebidos no dia a dia, como dificuldades do idoso em se comunicar. Exames e consultas com um médico especialista podem ajudar a confirmar o diagnóstico e direcionar o tratamento adequado. Há diferentes tipos de aparelhos auditivos que podem ser indicados para o paciente.

Conforme informações da Universidade do Porto, a perda auditiva em idosos evolui de forma gradual, podendo afetar um ou os dois ouvidos. A instituição explica que ela começa com os sons agudos, como um toque de telefone, sendo frequentemente acompanhada por zumbidos.

Conforme informações da Universidade do Porto, a perda auditiva em idosos evolui de forma gradual, podendo afetar um ou os dois ouvidos. Foto: Pixabay

Pedro Pinheiro explica que os idosos com deficiência auditiva costumam se sair razoavelmente bem em conversas em locais silenciosos, mas podem passar por dificuldades para se comunicar em ambientes sociais com barulhos ao redor e muitas pessoas.

Outro sinal da perda de audição, segundo o médico, é a queixa de sons altos, quando, na verdade, estão em níveis tolerados por pessoas com audição normal.

Condição traz impactos para a qualidade de vida

Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SGG), a perda auditiva em idosos pode acarretar outros problemas à saúde. Ao apresentarem dificuldades para ouvir, muitos idosos evitam o convívio social, o que pode desencadear sintomas de depressão.

A entidade informa que já existem casos que relacionam a presbiacusia não tratada a doenças como o Alzheimer.

Pesquisa publicada pela revista The Lancet Healthy Longevity também destaca a depressão como um dos impactos da perda auditiva em idosos, citanto, ainda, a diminuição da longevidade da população.

Pesquisa publicada pela revista The Lancet Healthy Longevity também destaca a depressão como um dos impactos da perda auditiva em idosos. Foto: Pixabay

A SGG destaca que não existe um tratamento que previna ou cure a perda auditiva em idosos, mas existem métodos capazes de compensar o problema. Para isso, orienta que os familiares estejam atentos aos sinais e encaminhem o idoso para um otorrinolaringologista a fim de realizar uma avaliação.

Em boa parte dos casos, os aparelhos auditivos são recomendados para melhorar a audição e devolver mais qualidade de vida a essas pessoas. Pesquisas internacionais relacionam o uso desses aparelhos a prevenção de algumas doenças comuns na população idosa devido aos impactos positivos que proporcionam.

Estudo elaborado por cientistas da Dinamarca, publicada na revista AMA Otolaryngology Head & Neck Surgery, concluiu que o uso de aparelhos auditivos em idosos pode prevenir quadros de demência, já que atua como um aliado para a qualidade de vida e socialização.